quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Engrenagem Humana




 

 
O ser humano pode se considerar uma engrenagem insubstituível?

 
Existe uma corrente que diz que ninguém é insubstituível.
E que aqueles que assim se consideram, possivelmente
precisem rever alguns conceitos básicos, pois talvez
o sucesso possa ter lhe subido a cabeça.
Para provar isso, temos como coadjuvante a morte,
que vem, impiedosa e no momento devido e hora marcada
provar que por mais insubstituível que seja o ser, uma hora
é a vez deste partir.
Assim, nossa condição de “não substituição”  prevalece
por pouco tempo, ao longo de uma vida.
Alguns prezam que, após a morte, o que fica é apenas
a reprodução de imagens, sons, momentos daquele que se foi.
Ficam suas obras, seus pensamentos, sua energia...

 
Mas, se sua energia continua no universo, podemos  considerar
os Seres humanos substituíveis?

 
Claro que não!

 
Não há dois dias iguais. Um sempre vem e sucede o outro, mas não o substitui.
Nosso respirar é um sucessivo movimento autômato,
mas um movimento respiratório não é a substituição do outro,
pois ele se completam.
Da mesma forma em nossa educação escolar,
um grau sucede o outro, mas não o substitui.

 
O movimento do músico,
nos acordes musicais  provam que um sucede o outro,
mas não o substitui.

 
Mas porque disso acontecer?

 
Porque nossa vida é única. Porque cada pessoa é única. Porque cada momento é único.
Porque em tudo que fazemos empregamos a nossa energia,
como se fosse assim uma espécie de marca.
Indelével, singular. Única

 
Cada um de nós pode ser insubstituível, se seguirmos a natureza do ser
Somos insubstituíveis, sim, por que não?

 
Um ser insubstituível não por arrogância, nem por posses,
nem por capacidades físicas nem mesmo do intelecto.

 
Somos insubstituíveis pela energia que empregamos no que fazemos,
pelas sensações que criamos nos outros e nos ambientes,
pelos valores que damos e recebemos,
pelos exemplos do que fazemos
e pelo aprendizado obtido nas experiências da vida.

 
Para que nos tornemos seres insubstituíveis,
devemos renegar o egoísmo e a mediocridade
e abrir mão de nosso ego exacerbado, que nos puxa para baixo.
Devemos pensar que somos importantes para alguém
e que muitos precisam de nossa ajuda.

 
Lembrar que somos pequenas engrenagens
de uma gigantesca máquina divina
e que o mau funcionamento dela
acabará sobrecarregando as demais engrenagens.
E que quando a engrenagem sai do eixo determinado,
ela sofrerá um desgaste maior
e que possivelmente não se harmonizará
com o Todo da máquina universal.

 
E sabemos que o maquinista conta
com cada uma de suas engrenagens divinas,
pois ele as fez, uma a uma,
colocando sua energia em cada uma delas
e a confiança que, cedo ou tarde,
essas engrenagens se harmonizarão
por um bem maior,
por um amor infinitamente incondicional e fraterno.
E que cada uma das engrenagens descobrirá que a sua existência
somente se deu para que ela fizesse girar algumas outras engrenagens,
e não apenas para que ela girasse por si, egoisticamente,
em seu próprio eixo.

 
Assim, lembre-se que, além de ser insubstituível, você é parte de algo
Superior que te move, e que outros muitos dependem de você para que
o amor na terra se conclua e a evolução caminhe
em passos mais largos que o atualmente empregados.

 
Lembre-se que o discernimento e a vontade de evoluir
servem de graxa para que as engrenagens
percorram seu movimento incessante de maneira
mais efetiva e dinâmica.

 
Sinta-se como se você fosse o que realmente é:
Uma engrenagem insubstituível que, embora simples,
é tão importante quanto todas as demais
pois a falta de alguma delas
atrasará o trabalho a ser entregue.

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012




Silêncio I

É no silêncio
Que o  inverno vai, após passar pelo outono, onde as folhas caem
E a primavera vem, precedente ao calor do verão
Onde flores desabrocham pra serem fecundadas
E mais uma vez provam que existe um renascimento da essência

É no silêncio
Que a lua míngua, cresce, se renova e fica cheia
O sol triunfa e declina, em moto perpétuo
O mar avança e recua, insistente e ritmado
Apagando assim as marcas deixadas pelos nossos passos

É no silêncio
Que os destinos se cruzam e se distanciam
Que bocas se encontram numa união perfeita
Que corações se reconhecem, se amam e se ferem
Que os olhos se fitam, olhares se calam... em sentimento

É no silêncio
Que o mestre se ilumina e o fraco sucumbe à tentação
Que o pecador se redime, perdoa e é perdoado
Que o músico cria, e a sua musica recria e eleva
Que Deus se manifesta em pequenos sinais

É no silêncio
Que a razão se aquieta quando o coração se expande
E assim a prece alcança e age em seu destino
Para que o que for melhor aconteça
Pois a vibração, em silêncio, foi direcionada

É no silêncio
Que  o espírito se une ao todo num samadhi
Que as mãos do Creador agem sabiamente
Que o amparador assiste, insistentemente
Aquele que com esmero se dedica à assistência

É no silêncio
Que os chakras se ativam e vibram luz
Que o pensamento flui em direção ao que se pensou
Que a  energia pulsa por todo o corpo, fazendo brilhar
O corpo sutil, essência da vida e da eternidade

É no silêncio
Que as estrelas brilham, uma a uma, intensamente
Que algumas delas nascem, outras morrem..
Que o planeta gira, qual os ponteiros de um relógio criando o tempo
E os instantes são coadjuvantes da vida que se constrói

É no silêncio que se busca a luz.
É no silêncio que nos tornamos luz.

terça-feira, 25 de setembro de 2012





CAVALEIRO DA LUZ

Eis que na noite escura e pesada, surge o errante
de nobre estirpe e profundos ideais, Celeste Infante
que em mais uma investida em nome da luz, segue adiante
e se aventura nas profundezas da densidade, rijo qual diamante

Como se fosse a luz penetrando pelo pequeno vão de uma fresta
Ele se aventura e vai, sem temer os seres que lhe enfrentam
E com o coração cheio de amor e seu traje tal qual de uma festa
Resgata os que sucumbiram outrora, e hoje se lamentam

E ao chegar a entrada daquele trevoso local, o Mal o recebe
Com desconfiança e o desdém peculiar, ele é tratado
Mas nada disso o atinge, pois sereno percebe
Que no chefe trevoso se encontra um irmão a ser recuperado

E o ser trevoso lhe mostra, com detalhes e precisão
O que cada um que ali esta fez, e o porque daquela condição
Mas em seguida o cavaleiro da luz mostra a ele, sem indecisão
Que o errar faz parte de uma grande caminhada de evolução

E novamente, na insistência peculiar da tentação trevosa
O defensor do Mal tenta argumentar a justiça do castigo
E o cavaleiro da luz, como sempre, em posição amorosa
Mostra a ele que a punição é parte de um processo já prescrito

E depois da batalha de argumentos e energias entre a luz e treva
Aqueles que deviam ser libertos, foram assim resgatados
E sob a proteção divina, luz suprema que no peito carrega
O cavaleiro da luz traz consigo cada alma, como prêmio conquistado

Eis que da noite escura e pesada, surge o errante
De nobre estirpe e profundos ideais, Celeste Infante
Que retorna de sua missão de luz, na profunda treva
Com o coração cheio de amor, pelo êxito na tarefa

La vai o cavaleiro que carrega em seu peito a luz
E seu traje branco reluz a vibração de um mestre de amor
Mestre este que outrora foi condenado a uma cruz
Mas que hoje se sabe que o caminho, qual seja, a ele conduz

Fernando Golfar

quinta-feira, 26 de abril de 2012



ADEUS

Os momentos finais estão chegando....
- É hora de partir,
Aqui, preso em meu corpo, sei que é hora de dizer adeus.
E quando me liberto dele, todas as vezes ao dormir
É que posso sentir o que sou, quem sou, mais perto de Deus.

É hora de dizer adeus, como se diz a Deus que o tempo esvaiu,
Por saber que a jornada foi cumprida ( bem ou mal, quem sabe?)
É hora de dizer a Deus o quão grato sou por sua luz,
Por presenciar cada amanhecer, e vivenciar cada entardecer

Da forma que diariamente o sol diz adeus, e se vai
eu digo a Deus que está na hora de partir, deixando para trás
os horizontes vistos, os mares sentidos, cada inspiração de ar
cada pulsar de meu coração, cada suspiro da paixão
que jamais vão se calar.... pois vivo em minha mente tudo isso vai estar,
onde eu estiver, pois eu viverei eternamente

Direi adeus ao corpo que me serviu e que muito maltratei, eu sei,
Mas que Deus há de me perdoar, por  ser uma criança na caminhada
Darei adeus aos lugares que eu nunca fui, às pessoas que jamais conheci,
 aos mares que nunca naveguei, ao amores que nunca ousei...
Pois de resto, tudo comigo levarei, em minha mente: Amores, amigos,
 lugares, gestos, palavras, pessoas, lições, sentimentos...

Sei que para onde eu for, por ser imortal minha alma
Tudo isso que carregarei servirá de inicio,
Para quem sabe com esse aprendizado errar menos do que errei
com amores,
com pessoas,
com princípios
Independente dos lugares, dos mares, das noites, e das situações.

Eu sei que é hora de dizer adeus, não à Deus, mas a toda sua criação
que nessa dimensão me serviu de instrumento,
Mesmo que em muitas vezes eu tenha me rebelado por situações
Que, analisando, eu mesmo me meti, e não foi Deus quem quis.

Quem sabe se ao saber dizer adeus, à Deus poderei dirigir meu olhar
E pedir uma nova chance de caminhar, com mais segurança,
Tal qual aquela criança que largou das mãos de seus pais
e deu um passo, o primeiro!

Que de tudo que me despeço e deixo por aqui, nada possa me lastrear,
A não ser o que já disse que pretendo carregar
Em minha mente, em meu ser. Fora isso,
de nada mais vale tudo que amealhei, e o que sobrou servirá de
futuras brigas nos tribunais da terra.
E pra ser sincero, peço a Deus que me exclua de ser testemunha.

Adeus, palavra que encerra um período, uma experiência, uma paixão,
uma oportunidade.... e que dita, com convicção, abre as portas dos mundo
 de Deus para que possamos livremente voltar a ser o que sempre fomos,
mas que nunca acreditamos ser.



A dor da paixão


Há quanto tempo nos conhecemos?
Sei la. Eu só me lembro que de repente
O destino cruzou nossas linhas e meu olhar
Simplesmente tocou o seu.
Algo de estranho naquele momento aconteceu.
Ou foi um reencontro que de repente me fez
Relembrar um passado bom.
Dia a dia nossas linhas foram se cruzando
Cada vez mais, e de maneira
Freqüentemente intensa.

Ao te encontrar, algo de estranho acontecia.
Eu entrava em parafuso, meu coração
Acelerava e eu me sentia como uma criança
Frente a algo tão intenso e inexplicável.

Por algumas vezes tive que sumir do seu caminho,
Pois meu coração me cobrava algo
Que meus sonhos já estavam vivenciando,
Cada vez mais e mais.

E você, parecia impassível para mim.
Não demonstrava sequer interesse,
Como que se fosse para mostrar
Todo seu auto controle, e estar
Dona de toda a situação.

Já que éramos amigos
Pra que tentar entender se algo a mais existia?
Seria arriscado trocar algo tão conveniente bom
Para algo que talvez um dia terminasse.

Por algumas vezes tive que sentir raiva de você,
Mostrando para meu coração que aquela situação
Não era para mim. Alguém já tinha tomado o controle.
E eu me cobrava da covardia de não ter sido eu.

Pensei em sair definitivamente do seu caminho,
Mas a todo momento meus pensamentos se voltavam
E quando caia em mim, você já estava lá,
Fazendo parte de todos eles, possíveis e impossíveis.

Somente o tempo para dizer
se o silêncio daqueles momentos
Seriam atos de sabedoria ou covardia
Somente o tempo para testemunhar isso.

Assim, fui construindo uma muralha a meu redor,
Não poderia continuar pautando a minha vida
Numa remota possibilidade ao seu lado.
Dia a dia, colocava tijolo a tijolo ao meu redor,
Para que nem mesmo a tua voz pudesse ultrapassar
E me fazer sofrer por minha falta de maturidade,
Ou por um entendimento incorreto do meu coração.

E a cada vez que você se fazia presente,
Algumas partes daquela muralha ruíam,
E novamente as possibilidades (para mim)
Estavam ali, prontas a se efetivarem.

Tentei. Só eu mesmo sei o quanto
Tive de engolir o mais profundo do meu orgulho
E fantasiar com você uma situação
Como a criança que fantasia a felicidade num balão.

E quando as possibilidades começaram a ser possíveis
Você entendeu que nada daquilo estava fluindo
E que o destino não estava mais permitindo
Que nossas linhas se cruzassem novamente.

Pra mim, isso é o que menos importa.
Só eu sei o quanto foi, é e está sendo difícil
Sair da situação em que eu me coloquei.
Só eu sei como é difícil transferir você
Para onde você, de repente, jamais deveria ter saído
Mas eu me permiti fazer isso!

Somente eu posso saber quanto foi difícil
Quebrar os bloqueios do medo, insegurança
 E de repente, diante de você,
Todas as paredes se fecharem a ponto
De eu me sufocar, e sequer poder te amar
Como nos meus sonhos fazemos.
(E não diga que não sabe do que estou falando)

Só sei que o que ontem parece ter acabado,
Continuou durante a noite, nas minhas fantasias.
Espero de coração que realmente isso tenha sido
Fruto do meu inconsciente, pois não gostaria
Que você estivesse, nesse momento, sentindo
O que estou sentindo desde a hora que acordei.

E que o que eu vivi, plasticamente palpável
No meu sonho, nessa noite, tenha sido talvez
A despedida de algo que talvez nem começou,
Mas que graças ao destino pode acabar
De uma maneira que eu sempre quis viver
(mesmo que no meu sonho ou fantasia)


E conclui que se for pra ter você pra sempre,
Junto com as outras peças na estante,
Com medo de talvez quebrá-la,
Prefiro arriscar a perder, mas me permitir ser feliz
Mesmo que por alguns instantes.

E que se você acha que as coisas não andam rolando
Nem fluindo como deveriam, só posso te dizer que a água
Não escolhe o caminho a ser seguido, e nem questiona
Se o caminho que ela segue é o mais curto ou não.
Ela simplesmente segue. E por onde passa,
Leva a sua vida e energia. E flores nascem
Nesse caminho, não por agradecimento,
Mas simplesmente porque tem que ser assim.
E a água sequer se questiona por isso.

E se cada um de nós está
De um lado da margem do rio, e não se encontra
Lembre-se que o rio somente existe
Porque as margens ali estão.
E elas são ligadas incessantemente
Pela água que por entre elas corre,
Senão não haveria razão para existir.

sábado, 10 de março de 2012

Esperança de Um Mundo Melhor



Diga de onde és?
Tu realmente o sabes, ser universal?
Teus atos nesta vida
marcam seus passos na eternidade sem fim
Sentinelas de luz
Primícias de uma vida,
é o que revelas.

O chão respingado da chuva, evapora
formando cores azuláceas e prateadas,
Que voltam ao todo, como tudo.
Como nós!!

No ar, aroma suave da chuva;
delicadas formas surgem na mente e,
Num contato mágico,
uma sinfonia é encontrada
nos designios da Natureza:
- É o mundo que habitais!!

Ótica do ser etéreo
Prisma indefinível.
Luz imortal criada pelo Eterno.

Habitantes da esfera maior
rogai por nós, os desgraçados.
Fazei regar em nossa órbita,
essa chuva que reluz ,
como fios prateados de energia
que nos banham a cada instante

Do mundo que habitais,
que vós nos ajudem!!
Nós que somos pequenos, em busca de algo
que nos engrandeça, nos fortaleça e enobreça
o coração desse peregrino que ruma nessa trilha
sem ao certo conhecer o destino.

Pela misericórdia divina,
Liberte-nos!
Não pelo nosso mérito,
mas nos fazendo trilhar a conquista da evolução

Do chão que pisais e da intuição emanada por vós,
que  possamos dar os  primeiros passos.
Não como antes, com as mãos armadas e o coração vazio.

Estrada da redenção,
eleva a alma e nos enche o coração
rumo ao brilho das estrelas,
visualizando a rota
demarcada pelos anjos,
que fazem jorrar
fluidos coloridos e alegres
como estimulantes
que reavivam a jornada.

Pitorescas paragens ( vós dizeis )
que vamos encontrar.
Que façamos por merecer!
Que larguemos nossas armas e
possamos abrir nosso coração!

Luz !

Antes de tudo,  a liberdade começa
quando desligarmos as  antenas do mundo menor,
e  captarmos o mundo interior , sincronizandos com o universo.
e habitar o que é desconhecido,  no nosso entender.

Façamos por merecer.
Vamos, sem demora...
Busquemos a Luz !

Fernando Golfar